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Nomear emoções: um caminho para o equilíbrio emocional

Por Adriana Fernandes   |   Publicado: 26/02/2025 às: 21:39   |   Atualizado: 03-03-25 às: 18:30

Mulher jovem, loira, está de coque no cabelo, está com as mãos no coração simbollizando a importância de nomear emoções.

Nomear emoções é uma forma de autocuidado. Quando conseguimos identificar e dar nome ao que estamos sentindo, ganhamos mais clareza sobre nós mesmas e conseguimos agir com mais consciência, em vez de sermos arrastadas por nossas reações automáticas. Essa habilidade não apenas nos ajuda a regular nossos estados emocionais, mas também nos coloca no controle dos nossos comportamentos.

Neste artigo, vamos explorar a importância de identificar  e aprender técnicas simples para abrir espaço para nossas emoções, em vez de travar uma luta contra elas. Também veremos como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) aborda essa prática e como podemos aplicá-la no nosso dia a dia.

Nomear emoções: O primeiro passo para a autoconsciência

Quanto menos conscientes estivermos de nossas emoções, menos controle teremos sobre nossas ações. Sem perceber o que sentimos, podemos reagir impulsivamente, de maneira destrutiva para nós mesmas e para os outros. Por outro lado, quando nomeamos nossas emoções, criamos um espaço entre o sentir e o agir, o que nos permite tomar decisões mais alinhadas com nossos valores.

A ACT, desenvolvida por Steven C. Hayes, enfatiza a importância de desenvolver uma relação flexível com nossos pensamentos e emoções. Nomear emoções é uma estratégia eficaz para nos distanciarmos da fusão cognitiva – aquele estado em que ficamos completamente absorvidas por nossos pensamentos e sentimentos.

Como praticar o método de nomear emoções

Você já se sentiu presa a uma emoção ou pensamento, tentando se livrar dele, mas, paradoxalmente, quanto mais tentava, mais ele se intensificava? Isso acontece porque, muitas vezes, lutar contra pensamentos e sentimentos acaba tornando-os ainda mais fortes.

Em vez de entrar nesse ciclo desgastante, uma abordagem mais eficaz é praticar a aceitação e o desprendimento. Para isso, podemos recorrer a uma técnica simples, porém poderosa: nomear emoções. Esse método nos ajuda a criar um espaço entre o que sentimos e como reagimos, permitindo que lidemos com nossas experiências internas de forma mais consciente e equilibrada.

Passo 1: Perceber

Antes de nomear a emoção, precisamos percebê-la. Isso significa observar nossos pensamentos e sentimentos com curiosidade e sem julgamento. Pergunte-se: “O que estou sentindo agora?” Muitas vezes, ignoramos ou tentamos suprimir nossas emoções, mas prestar atenção a elas é essencial para ganhar clareza.

Passo 2: Nomear

Depois de perceber a emoção, dê um nome a ela. Em vez de dizer “Sou estressada”, tente reformular para “Percebo que estou sentindo estresse” ou “Estou notando uma sensação de estresse”. Essa pequena mudança de linguagem cria distância entre você e a emoção, permitindo que você a veja como algo passageiro.

Exemplos: 

“Estou percebendo ansiedade neste momento.”

“Noto que minha mente está preocupada com o futuro.”

“Aqui está um sentimento de frustração.”

“Reconheço que esta é uma memória dolorosa, mas ela não me define.”

Essa prática, fundamentada nos princípios da ACT, nos ajuda a cultivar uma maior consciência emocional. Além disso, nos ajuda a desenvolver uma relação mais flexível com nossos pensamentos e sentimentos, evitando que eles nos dominem.

Nomear  emoções e a prevenção de comportamentos impulsivos

Quando não reconhecemos e nomeamos nossas emoções, elas podem nos levar a reações automáticas e impulsivas. Isso pode se manifestar em explosões de raiva,  ou comportamentos de evitação.

Por outro lado, quando aprendemos a nomear emoções, criamos um espaço entre o sentir e o agir. Isso nos dá a oportunidade de escolher como responder, em vez de simplesmente reagir.

Aprendendo a se desvincular de pensamentos e sentimentos difíceis

Há momentos em que enfrentamos verdadeiras tempestades emocionais, não é mesmo? Nessas situações, é natural nos sentirmos presas a pensamentos e sentimentos difíceis, que por vezes podem nos paralisar ou nos levar a agir de maneira que nos prejudica.

Por isso, para ajudá-la a lidar melhor com essas emoções, quero apresentar o exercício “Colocando os pés no chão”. Ele foi desenvolvido para ajudá-la a se desvencilhar desses pensamentos e sentimentos desafiadores e, assim, criar um espaço onde você possa observá-los com mais clareza. Dessa forma, você retoma o controle sobre suas ações e pode agir de maneira mais alinhada com o que realmente importa para você.

Exercício de aterramento: Colocando os pés no chão

Esse é apenas um dos exercícios de aterramento propostos pela Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Além disso, você pode praticá-los no seu dia a dia sempre que sentir necessidade. O objetivo desse exercício não é eliminar pensamentos e sentimentos difíceis, mas sim ajudá-la a não ficar presa a eles. Dessa forma, você conseguirá lidar com essas experiências de maneira mais consciente e seguir em frente com mais leveza:

1. Faça uma pausa:

Respire profundamente, de forma lenta e consciente.
Sinta o ar entrando e saindo dos seus pulmões, trazendo calma a cada respiração.

2. Observe o ambiente ao seu redor:

Identifique cinco coisas que você pode ver neste momento.
Escute com atenção: quais sons você consegue perceber ao seu redor?
Respire profundamente e preste atenção aos cheiros presentes no ambiente.
Foque no espaço em que você está e no que está fazendo agora.
Toque em algo ao seu redor: seu joelho, a superfície onde você está ou qualquer objeto próximo. Sinta a textura e a sensação ao tocá-lo.

3. Reconheça seus pensamentos e sentimentos:

Observe os pensamentos e sentimentos que surgem, sem se apegar a nenhum deles.
Veja o mundo à sua volta: quanta coisa você pode perceber através dos seus sentidos — o que você vê, ouve, toca, cheira e até saboreia.
Movimente o corpo lentamente, sinta-se presente no agora.
Lembre-se de que você pode agir de acordo com o que é importante para você, alinhando suas escolhas com seus valores, se desejar.

Cinco finalidades do exercício de colocar os pés no chão

Abaixo estão cinco finalidades desse exercício, que podem transformar a maneira como você lida com as emoções e a vida cotidiana

  1. Não ficar presa a sentimentos e pensamentos difíceis: Ao criar um espaço entre o que você sente e como age, você consegue evitar ser dominada por emoções intensas ou por pensamentos automáticos. Dessa forma, você ganha mais controle sobre suas reações.
  2. Conectar-se mais com a vida: O exercício permite que você se ancore no presente, aproveitando mais o que está acontecendo ao seu redor, em vez de se perder em preocupações ou ruminações. Isso favorece uma experiência mais rica e plena no dia a dia.
  3. prestar atenção nas pessoas importantes á sua volta: Quando você foca no momento presente, você se torna mais atenta às pessoas ao seu redor, favorecendo conexões mais profundas e significativas. Consequentemente, suas relações tendem a se fortalecer.
  4. Ajudar você a se comportar mais como o tipo de  pessoa que deseja ser : Com mais clareza emocional, você pode agir de maneira mais consciente e em sintonia com os seus valores, sem se deixar levar por reações impulsivas. Isso possibilita ações mais alinhadas com o que realmente importa para você.
  5. Ter mais concentração no que está fazendo e fazer da melhor maneira possível: Por fim, o exercício favorece o foco, permitindo que você se concentre nas tarefas que realiza e as execute da forma mais eficaz possível. Portanto, sua produtividade e qualidade de desempenho podem melhorar significativamente.

Dê nome às suas emoções e recupere o controle de suas ações

Nomear emoções é uma prática simples, mas extremamente poderosa. Ao reconhecer e dar nome ao que sentimos, abrimos espaço para a consciência emocional e, consequentemente, reduzimos o impacto dessas emoções sobre nossas ações. Em vez de sermos arrastadas por reações automáticas, podemos escolher como responder, de forma mais alinhada com nossos valores e objetivos.

Além disso, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) nos convida a desenvolver uma relação mais flexível com nossos pensamentos e sentimentos. Em outras palavras, não precisamos lutar contra nossas emoções, mas sim permitir que elas existam sem nos definirem. Com técnicas como a nomeação de emoções e o exercício de aterramento, conseguimos nos desvincular de padrões impulsivos e agir com mais presença e intencionalidade.

Veja também: Terapia de Aceitação e Compromisso: uma vida com significado

Que tal começar agora? Observe o que está sentindo neste momento e tente nomear essa emoção. Essa simples prática, portanto, pode ser um grande passo para fortalecer seu autocuidado emocional e sua conexão consigo mesma.

Se você, além disso, quer aprender mais sobre como lidar com suas emoções e construir uma relação mais saudável consigo mesma, então siga este blog e acompanhe os próximos conteúdos.

Referências bibliográficas: HARRIS, Russ. A armadilha da felicidade: pare de sofrer e comece a viver. São Paulo: Alaúde, 2024.

Quer saber mais sobre o assunto? Conheça o livro:  A armadilha da felicidade: pare de sofrer e comece a viver.

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