» Pais e filhos » O que é superproteção?
Por Adriana Fernandes | Publicado: 19/09/2020 às: 15:14 | Atualizado: 01-11-20 às: 19:06
Superproteção é proteção excessiva. Acontece quando acabamos nos perdendo do real significado que é educar uma criança rumo a sua autonomia.
É natural os pais estarem sempre por perto, na intenção de proteger os filhos contra possíveis “acidentes”, afinal, crianças são crianças e todo o cuidado é pouco, mas como estar atento para que a proteção não vire superproteção?
Durante nossa conversa iremos refletir sobre os seguintes temas:
*O que é superproteção
*Como os pais podem saber se estão superprotegendo seus filhos
*Quais as consequências da superproteção
*É possível educar e evitar a superproteção?
Superproteção é proteção excessiva. Os pais devem ter muita cautela para que não confundam proteção com superproteção.
A proteção é saudável e necessária. Toda criança deve ser cuidada e receber proteção dos pais e responsáveis.
A superproteção diz de um excesso, de um exagero, e tudo que é excessivo pode causar problemas, pois vai além da satisfação e cuidados necessários ao crescimento físico, mental e emocional de uma criança.
A superproteção pode levar os pais a viverem em prol do filho, na intenção de protegê-los de todo tipo de perigo ou frustração.
O grande problema é que ao fazer tudo pelo filho, evitando que os mesmos tenham suas próprias experiências, os pais podem vir a prejudicar o desenvolvimento da autonomia da criança, prejudicando assim o desenvolvimento da sua autoestima e autoconfiança.
A superproteção é um movimento contrário à educação que deve levar a criança a se tornar independente física e emocionalmente.
A superproteção impede a criança de entrar em contato com experiências que serão essências na vida adulta.
Tentar privar a criança, não permitindo que a mesma entre em contato com qualquer tipo de frustração, é uma maneira de contribui para que ela desenvolva insegurança, medo, dependência emocional e baixa-autoestima.
Os pais sempre devem observar e questionar seus próprios comportamentos. Devem sempre se perguntar: A maneira como estou educando meu filho é saudável? Estou colaborando para sua autonomia? Estimulando sua autoconfiança?
Estou preparando meu filho para ser um adulto independente emocionalmente e que saiba fazer suas escolhas?
Privar meu filho de ter contato com pequenas frustrações é saudável? Fazer tudo por ele é o melhor caminho?
As consequências da superproteção são muitas e todas elas, trazem sérias consequências para o desenvolvimento da criança.
Abaixo, falaremos de algumas delas e dos seus impactos na vida dos pequenos.
Crianças superprotegidas não desenvolvem sua autoestima. A autoestima está relacionada ao quanto uma pessoa se ama e se sente valorizada, e para a criança desenvolver tal sentimento ela precisa ter o amor e proteção dos pais, mas também necessita ter liberdade para ser quem é, fazer aprender aos poucos fazer as próprias escolhas. (dentro do possível).
Uma criança que é superprotegida não irá desenvolver sentimentos de valor próprio, pois nunca terá a experiência do fazer por si só. Quando uma criança sente que tem capacidade de fazer algo, sua autoestima aumenta.
Ao proteger demais a criança, os pais acabam por fazer com que a criança perca a fé em si mesma, deixando de acreditar no seu potencial.
O desenvolvimento da autoconfiança é fundamental para que a criança desenvolva sua autonomia. Uma criança para desenvolver sua autoconfiança precisa aprender a lidar com desafios, expressar sua opinião, aprender a fazer escolhas seguras, desenvolver habilidades sociais e superar obstáculos.
É preciso compreender que além de tudo a criança desenvolve sua autoconfiança a partir da confiança que ela tem nos pais e na certeza que é amada independente do seu comportamento.
Se os pais se sentem inseguros em relação à criança e não estimula sua autoconfiança, a mesma pode desenvolver sentimentos de insegurança. Se tornando uma criança ansiosa e com medo, principalmente quando tiver que lidar com situações novas.
Fazer tudo pelos filhos pode ter sérias consequências. Precisamos respeitar as etapas de desenvolvimento da criança, sempre a estimulando a crescer física e emocionalmente.
Estimular a criança é fundamental, sendo que esse processo tem início quando a criança ainda é um bebê.
Algumas atitudes podem parecer inofensivas, mas podem ser bem prejudiciais como, por exemplo, não esperar que a criança expresse algum desejo ou pedido. Se a criança já está começando a falar, é interessante que os pais estimulem-na a dizer quando está com fome, com sede, ou quando deseja expressar algo de modo geral.
Se a criança ainda não fala, os pais devem estar atentos ao seu comportamento. Há sinais que a criança emite, que aponta que a mesma está com vontade de ir ao banheiro, por exemplo.
A dependência emocional é o “retrato” da superproteção, pois reflete alguém que não foi estimulado a desenvolver sua autonomia física e emocional.
Uma pessoa com dependência emocional se sente inferior, incapaz de realizar alguma coisa sozinha e não tem iniciativa para realizar os próprios projetos de vida. É o verdadeiro reflexo de uma infância marcada pela superproteção.
Os pais precisam abrir espaço para que seus filhos cometam erros, corram riscos e já comecem a tomar pequenas decisões.
A melhor maneira das crianças crescerem emocionalmente é aprendendo a lidar com suas próprias frustrações.
Criar as crianças em uma espécie de “bolha” é extremamente prejudicial, pois o que faz a criança aprender a lidar com os problemas da vida é justamente enfrentando-os.
O papel dos pais é estar presente ajudando a criança a enfrentar suas dificuldades, o que é bem diferente de resolver tudo por ela.
A superproteção pode levar ao isolamento social, impedindo que a criança desenvolva suas habilidades sociais.
Somos seres criados para vivermos em sociedade, construirmos amizades e estarmos em contato com os outros.
Os pais não são a única fonte de aprendizado de uma criança. Os pequenos precisam participar de atividades sociais, pois incentivam sua independência.
Vejo a superproteção como um sinal de que, por algum motivo, nos perdemos pelo caminho. Os pais devem sempre trazer a memória qual é o seu verdadeiro propósito em relação à educação dos seus filhos.
Ter convicção do seu propósito o ajudará a não se perder pelo caminho. Isso não quer dizer que você não vá cometer erros em relação á educação do seu filho, mas lhe servirá de norte.
Você irá cometer erros, mas saberá quando deverá seguir ou retomar o caminho.
Veja também :
Crédito das imagens:
<a href=’https://br.freepik.com/fotos/neve’>Neve foto criado por wirestock – br.freepik.com</a>
Sou psicóloga clínica, CRP: (04/39812.) Atendo mulheres, ajudando-as a recuperar sua autoconfiança, superar desafios emocionais e construir uma vida mais leve e significativa. Utilizo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Uma abordagem que visa ajudar pessoas a lidar com pensamentos e sentimentos difíceis, esclarecer valores, orientar ações, além de ensinar técnicas práticas para ajudar a lidar com desafios emocionais. Se você busca apoio psicológico ou deseja conhecer melhor meu trabalho, este espaço oferece informações úteis. Caso precise de acompanhamento psicológico, entre em contato. Será um prazer acompanhar você em sua jornada de crescimento e autodescoberta. Obrigada por acompanhar este blog. Vamos juntas, em direção a uma vida mais rica e significativa.
Copyright © 2017-2024 -