» Pais e filhos » Como compreender o comportamento do meu filho?
Por Adriana Fernandes | Publicado: 23/06/2020 às: 20:15 | Atualizado: 23-02-24 às: 15:21
Certa vez, estava eu em uma dessas lojas que vendem variedades quando entrou uma jovem senhora com seu bebê de aproximadamente um ano e meio.
A mãe chegou e começou a conversar com a dona da loja. Nesse intervalo de tempo, a criança que estava no colo começou a chamar pela mãe. Ela balbuciava algumas palavras na tentativa de ganhar a atenção da mãe. Tocou no ombro, depois tocou no rosto da mãe na tentativa de chamar sua atenção, mas a mãe continuava focada na conversa que estava tendo com a dona da loja.
Vendo todas as suas tentativas frustradas por não ter sido atendida, a criança de repente deu um tapa no rosto da mãe que imediatamente olhou para a criança e a repreendeu: “Esse menino está muito atrevido”.“ Está com essa mania agora de bater no rosto da gente, está muito agressivo”. “Não sei mais o que fazer”.
Essas situações nos levam a refletir no quanto não percebemos a influência que temos sobre o comportamento de uma criança, e, por não percebermos essa influência acabamos por rotular a criança na tentativa de explicar o seu comportamento.
Tem um texto aqui no blog que fala com mais detalhes sobre a questão dos rótulos. Se você quiser ler mais sobre esse assunto, clique no link:: rotulos-como-palavras-podem-marcar-uma-vida-portanto-jamais-rotule-uma-crianca /
Sabemos que rótulos são prejudiciais porque não nos permite ter uma visão clara dos reais motivos que levaram a criança a se comportar de determinada maneira. Então, um modo mais assertivo de procurar entender um comportamento de uma criança é sempre olhar para o seu contexto, mas antes de falar sobre como se faz uma análise de um comportamento, é necessário definir o que vem a ser comportamento.
Os comportamentos são ações, emoções, sentimentos, ou seja toda a atividade de uma pessoa com relação ao seu ambiente.
As crianças estão o tempo todo se comportando. Elas andam, choram, sentem, pensam, brincam, correm, ou seja, estão sempre fazendo alguma coisa. Para tentar entender porque as crianças pensam, sentem, é preciso estar atento ao comportamento dos pequenos. É preciso prestar atenção tanto nos comportamentos observáveis como nos não observáveis (sentimentos).
Já falamos que para entender o comportamento da criança é preciso olhar para o contexto, mas de que maneira?
Para uma melhor compreensão vamos tomar como exemplo da birra.
Como os pais veem o comportamento de birra? De que maneira a criança demonstra birra? Esse comportamento é frequente?
Em que momentos você percebe que a criança faz birra? Há horários específicos? A criança costuma fazer birras quando está com os pais ou quando está com mais pessoas? Como as pessoas reagem diante da criança?
É importante compreender que ao fazer birra a criança pode estar tentando comunicar algo ou alguma necessidade. Se a criança obtém algum ganho com determinado comportamento, ela poderá vir a repeti-lo. Caso as consequências não sejam boas, é possível que a criança não volte a repetir tal comportamento.
Nem sempre a intenção da criança é se comportar mal na intenção de provocar o adulto. Então, os pais devem estar atentos e procurar compreender o que a criança deseja comunicar para assim poder orienta-la de forma mais assertiva.
Segundo a psicóloga Lídia weber, especialista em interação familiar, nas relações da criança com o ambiente, podem ocorrer três processos de aprendizagem:
I. Por meio da própria experiência: quando uma criança experimenta as consequências do próprio comportamento.
II. Por meio da observação: Quando uma criança observa o comportamento e as consequências do comportamento de outra pessoa.
III. Por meio da instrução (regra): quando alguém fala sobre as consequências que o comportamento da pessoa pode ter. Essas regras podem vir da família, da escola, da religião, da cultura, entre outros.
Quando passamos a compreender o processo de aprendizagem de uma criança, passamos a compreender a nossa responsabilidade como adultos de sermos modelos positivos na educação dos pequenos. Compreendemos que nenhuma criança nasce com uma personalidade pronta, mas que suas características são moldadas de acordo com o ambiente em que essa criança vive.
Referências bibliográficas:
Weber, Lídia. Eduque com carinho: para pais e filhos. Doze princípios para uma educação positiva-Princípio 2- Conhecer os princípios do comportamento, pág. 30 a 40. Princípio 3- Conhecer o desenvolvimento de uma criança. Pág. 41 a 58. Curitiba. Juruá, 2012.
Sou psicóloga clínica, CRP: (04/39812.) Atendo mulheres, ajudando-as a recuperar sua autoconfiança, superar desafios emocionais e construir uma vida mais leve e significativa. Utilizo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Uma abordagem que visa ajudar pessoas a lidar com pensamentos e sentimentos difíceis, esclarecer valores, orientar ações, além de ensinar técnicas práticas para ajudar a lidar com desafios emocionais. Se você busca apoio psicológico ou deseja conhecer melhor meu trabalho, este espaço oferece informações úteis. Caso precise de acompanhamento psicológico, entre em contato. Será um prazer acompanhar você em sua jornada de crescimento e autodescoberta. Obrigada por acompanhar este blog. Vamos juntas, em direção a uma vida mais rica e significativa.
Copyright © 2017-2024 -