» Pais e filhos » Regras. Qual a sua importância no desenvolvimento das crianças?
Por Adriana Fernandes | Publicado: 26/02/2020 às: 10:05 | Atualizado: 06-11-20 às: 12:21
Qual a importância das regras para as crianças?
As regras fazem parte do nosso cotidiano. Seja no nosso convívio em sociedade ou na família, elas estão presentes.
Quando por algum motivo elas estão completamente ausentes, as coisas não costumam andar muito bem.
Ao falar sobre a importância das regras na vida da criança é preciso se atentar sobre a qualidade da relação entre pais e filhos que necessita ser construída na base do amor, respeito e cuidado, para que as regras façam sentido principalmente na vida das crianças.
Atualmente vemos tantos assuntos referentes a falta de limites e regras e do quanto nossas crianças estão ficando cada vez mais “rebeldes”, mas será somente regras e limites que estão faltando? Não estaria também o acompanhamento, a paciência, o carinho e a disposição por parte do adulto?
Se não criamos um vínculo com a criança como podemos esperar que ela tenha facilidade em cumprir com alguns combinados? Se não tivermos paciência para ensinar-lhe determinados comportamentos como ela aprenderá a se comportar?
As regras e os limites têm uma importância muito grande no desenvolvimento emocional da criança. Veremos no decorrer do texto que a função das regras não consiste em somente apontar o erro da criança e sim ensina-la a lidar com suas questões emocionais, aprender a lidar com as adversidades da vida e construir relacionamentos saudáveis.
Nesse artigo, você aprenderá sobre:
-A importância das normas na vida da criança.
-O que as crianças aprendem quando os pais estabelecem regras consistentes.
-Clareza, coerência, consistência e monitoria. Questões importantes ao estabelecer regras.
As regras são normas estabelecidas que servem para nortear a vida da criança e de nós adultos.
Existem normas sociais como, por exemplo, atravessar a rua quando o sinal estiver verde para não ser atropelado, regras vindas do governo : Maiores de dezesseis anos têm obrigações eleitorais, regras estabelecidas pela cultura, religião, mas aqui iremos falar sobre as regras familiares.
A família é o nosso primeiro grupo social. O aprendizado se inicia na família. Aprendendo regras e limites em casa, a criança têm um modelo de como se deve comportar e se relacionar com as pessoas.
A participação dos pais nesse processo é de suma importância. São Vocês, papais e mamães os primeiros professores que ensinarão os pequenos de acordo com as suas crenças e valores.
Cada família têm seus valores e procuram se guiar de acordo com os mesmos. Ao estabelecer as regras para as crianças os pais precisam ter em mente o que é tolerável ou não dentro do lar.
Se querem ter filhos mais compreensivos e cumpridores dos seus deveres, antes, os pais devem ter muito claro em suas mentes o que realmente desejam ensinar aos pequenos.
Se para você é importante que seu filho guarde o material escolar em um local determinado, então ensine-o a importância de fazê-lo.
É importante ir orientando a criança até que tal comportamento se torne um hábito. Se a criança ainda é bem pequena, vai ser necessário que você a acompanhe até o armário para certificar-se de que ela entendeu a regra.
Monitorar o comportamento da criança é importante até que ela passe a guardar a mochila sozinha, sem você precisar pedir.
A criança precisa conhecer quais são as regras e valores da família. Cobrar da criança aquilo que ela não sabe é injusto.
Cobrar um bom comportamento somente diante das visitas não funciona.
As normas estabelecidas dentro do lar, proporciona a criança um sentimento de segurança. Quando estabelecidas de maneira clara e consistente, visando sempre um objetivo educacional, as crianças se sentem mais à vontade para cumprir com os combinados.
As regras também servem para ajudar a criança a lidar com seus limites, respeitar a si mesma e aos outros,além de desenvolver boas habilidades sociais.
Em relação às regras, os pais devem procurar manter uma comunicação clara e que leve em conta não somente a idade, mas também a maturidade emocional da criança.
Ao estabelecer regras, os pais devem estar atentos as seguintes questões:
Ao estabelecer uma regra para seu filho seja o mais claro possível. Certifique-se que a criança entendeu o que você quis dizer.Às vezes, pode parecer que para você ficou claro, mas para a criança talvez não. Lembre-se, você precisa olhara a situação pelos olhos da criança, não pelo seu. Você é o adulto. Sua percepção de uma determinada situação é muito maior que a do seu filho. Pode parecer fácil para você, mas para ele que está em fase de desenvolvimento pode não ser tão simples assim.
As regras que você está estabelecendo está coerente com a idade do seu filho? Essa regra têm algum sentido? Ela será benéfica para a criança? O que você propõe ensinar com tal regra? Lembre-se, toda regra deve ter como objetivo o aprendizado.
Se você deixar para estabelecer uma regra apenas quando estiver de mau-humor, então será inútil estabelece-la. Por exemplo, se você estabelece que os brinquedos devem ser guardados após o término das brincadeiras é preciso no primeiro momento certificar-se que seu filho esteja cumprindo as regras. Se às vezes você cobra tal comportamento por parte do seu filho e outras não, o aprendizado não ocorrerá. Regras precisam de consistência.
Para saber se uma criança entendeu a regra e está cumprindo com o combinado é preciso a monitoria por parte dos pais. Sem acompanhamento fica difícil a criança cumprir com os combinados. Aqui, os pais podem certificar-se de que a criança está compreendendo o que lhe foi pedido e está colocando em prática.
O ensino das regras têm como principal objetivo educar a criança para a independência. Os pais irão acompanhar a criança por um período, porém com o passar do tempo, a tendência é as crianças irem introjetando tais regras e cumprindo-as mesmo na ausência dos pais.
Os limites são as barreiras de proteção. É a “linha” que demarca até onde posso ir.
Os limites são fundamentais para a construção do caráter da criança e para o bom convívio em sociedade.
Se não sei quais são meus limites corro o risco de invadir o espaço do outro.
Os limites também servem como proteção para a criança, e os pais devem entender sua importância no processo de educação dos filhos.
Nenhuma casa precisa se tornar um quartel para manter a ordem. As normas e limites estabelecidos pelos pais devem sempre visar o aprendizado dos pequenos, e para que a criança possa aprender, ela também precisa ter a liberdade de cometer erros.
É cometendo erros que a criança aprende. É assim com as crianças e com os adultos também.
Quando os pais têm uma maior consciência de que todos nós crianças e adultos estamos em um processo de aprendizagem, as relações se transformam, abrindo espaço para a empatia e o companheirismo entre pais e filhos.
Referências bibliográficas:
Weber, Lídia. Eduque com carinho: para pais e filhos. Doze princípios para uma educação positiva-Princípio 8- Apresentar regras e supervisionar o comportamento. pág. 95 a 104. Princípio 9- Ser consistente. Pág 74 a 81. Curitiba. Juruá, 2012.
Zagury, Tania. Limites sem trauma. 48ª ed.- Rio de Janeiro: Record. 2003
Sou psicóloga clínica, CRP: (04/39812.) Atendo mulheres, ajudando-as a recuperar sua autoconfiança, superar desafios emocionais e construir uma vida mais leve e significativa. Utilizo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Uma abordagem que visa ajudar pessoas a lidar com pensamentos e sentimentos difíceis, esclarecer valores, orientar ações, além de ensinar técnicas práticas para ajudar a lidar com desafios emocionais. Se você busca apoio psicológico ou deseja conhecer melhor meu trabalho, este espaço oferece informações úteis. Caso precise de acompanhamento psicológico, entre em contato. Será um prazer acompanhar você em sua jornada de crescimento e autodescoberta. Obrigada por acompanhar este blog. Vamos juntas, em direção a uma vida mais rica e significativa.
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