» Pais e filhos » As Regras são para as crianças o que a bússola é para o navio.
Por Adriana Fernandes | Publicado: 14/03/2018 às: 15:24 | Atualizado: 03-10-20 às: 9:40
As regras são fundamentais para o bom desenvolvimento emocional das crianças.
Imagine você fazendo uma viagem de navio para um lugar desconhecido. A única coisa que você sabe é o nome desse lugar. Nenhuma outra informação foi passada que pudesse lhe ser útil.
O que você faria? Conseguiria imaginar qual seria a sua reação diante de tal situação? De que maneira chegaria ao seu destino? Quais os instrumentos seriam necessários para seguir viagem?
Uma pessoa que decide se aventurar em qualquer viagem, por mais simples que seja, irá precisar de algo para orienta-la. Precisará de informações precisas de como se proteger, noções de sobrevivência em caso de um imprevisto, entre outras.
Sem uma orientação e sem instrumentos que possam servir de guia, será difícil encontrar o caminho e se proteger dos perigos que determinado local possa oferecer.
Por falta de informações você poderá deixar de aproveitar o máximo de sua viagem.
Quando éramos crianças precisávamos de nossos pais o tempo todo. Com eles, aprendemos algumas regras importantes para um melhor convívio em sociedade.
Aprendemos como deveríamos nos comportar na escola, a importância de respeitar os mais velhos e tantas outras informações que hoje percebemos o quanto foram importantes e nos ajudaram na formação do nosso caráter e dos nossos valores.
Assim como à bússola foi um instrumento de navegação e orientação de suma importância, principalmente para os comandantes das navegações do século passado, nossos pais, foram a (bússola) que nos guiou até que tivéssemos maturidade suficiente para seguir adiante.
Infelizmente sabemos que nem todos tiveram um pai ou uma mãe presente ou alguém para orienta-los nas questões da vida.
Sem ter o devido preparo emocional, se aventuraram “mar adentro” sem ter noção dos perigos e possíveis dificuldades que poderiam enfrentar no decorrer do caminho.
Isso pode ter deixado algumas marcas e muitas mágoas, mas apesar de todas as dificuldades, você conseguiu vencer e hoje é você que está no comando da sua “embarcação”, ou seja, agora você ocupa um lugar que seus pais ocuparam e certamente você pretende fazer algumas coisas diferentes.
Podemos de certa forma dizer que o navio representa a criança e os pais à bússola.
Seus filhos irão precisar da sua presença por um longo período até se tornarem independentes. São os pais (a bússola) que irá proteger, mas também orientar o filho durante sua jornada de vida.
São ele, os pais, que lhe servirão de modelo, de norte para guia-los, pois, ainda são “marinheiros” de primeira viagem. Não sabem nada sobre a vida, como lidar com as frustrações e as possíveis dificuldades que encontrarão pelo caminho.
Quem está livre delas? A todo o momento, estamos lidando com regras, não há como fugir. Imagine uma sociedade sem regras onde todos podem fazer o que bem-quiserem? Seria uma confusão total não é mesmo?
Existem regras na escola, ao entrar em um hospital, ao brincar em um parque, ou seja, estamos cercados de regras.
Da mesma forma que existem regras para uma melhor convivência em sociedade é importante que elas existam e estejam presentes antes de qualquer coisa, no dia a dia da família.
A família é o primeiro grupo social em que a criança será inserida, portanto, a família deve ser a base para ensinar a criança sobre as regras e limites de acordo com as suas crenças e valores.
Muitos ainda acreditam que as regras devem ser aprendidas na escola. A escola deve ser um agregador na vida da criança, porém, a grande responsabilidade são dos pais, de ensinar as crianças regras básicas para o seu bom convívio no seio familiar e na sociedade.
O ideal é ajudar a criança a lidar com as regras desde tenra idade. Nas pequenas coisas podemos ir orientando a criança. Uma coisa que precisa ser considerada é que nunca se deve estabelecer várias regras de uma só vez, pois, a criança pode se sentir desanimada e até mesmo confusa.
O ideal é estabelecer poucas regras e com o passar do tempo, quando determinada regra já tiver sido introjetada pela criança ir aos poucos colocando outras.
Os pais devem analisar o que eles consideram importante.Por exemplo, é importante para os pais que as crianças guardem o material escolar em um lugar determinado ao invés de deixa-los jogados pela sala? Então o ideal é que os pais vão inserindo essa regra, orientando as crianças para que tal comportamento se torne um hábito.
Se para os pais, é importante que a criança guarde os seus brinquedos após o término das brincadeiras, pode ir ensinando a criança esse comportamento desde pequena.
É importante sempre lembrar que as regras devem ser estabelecidas respeitando a idade da criança, para que a mesma tenha condições de cumpri-las.
Quando seu filho terminar de brincar, por exemplo, e os brinquedos ficarem espalhados pelo chão do quarto, incentive-o a guarda-los.
O ideal é orientar a criança, mostrando de forma clara onde os brinquedos devem ser guardados.
Procure fazer isso com a criança de maneira divertida como, por exemplo: ”Vamos ver quem consegue colocar mais brinquedos dentro da caixa”?
Elogiar a criança ao fim da tarefa irá fortalecer ainda mais esse comportamento fazendo com que, aos poucos, se torne um hábito.
Os pais ao tentarem estabelecer uma regra nunca devem desanimar nas primeiras tentativas. A mudança de comportamento não acontece do dia para a noite. Nesse período é natural que a criança queira negligenciar alguma regra até mesmo para testar os pais.
O importante é os pais se manterem firmes.Vale lembrar que as regras podem ser modificadas, porém, não devem ser negligenciadas.
Levar em conta a idade da criança ao estabelecer uma regra é fundamental para que a mesma consiga cumpri-la sem dificuldades.
Lembre-se: Quando exigimos da criança o mais-que-perfeito é sinal que estamos utilizando uma forma desrespeitosa e imperfeita de educar.
Portanto, paciência, amor, dedicação e respeito, são atitudes que não podem faltar por parte dos pais no processo de educação dos filhos, principalmente quando forem estabelecer uma regra para a criança.
Referências Bibliográficas:
Weber, Lidia.(2012). Doze princípios para uma educação positiva-Princípio 8 – Apresentar regras e supervisionar o comportamento.
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