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Rótulos: melhore a comunicação com as crianças

Por Adriana Fernandes   |   Publicado: 27/04/2018 às: 9:22   |   Atualizado: 01-09-24 às: 21:14

mãe e filha abraçadas, sorrindo, simbolizando que não se deve criar rótulos para as crianças.

Rótulos são etiquetas que usamos para descrever e definir as pessoas ao nosso redor, e o belo poema de Ruth Beber Meyer, intitulado Palavras são janelas (ou são paredes), nos convida a refletir profundamente sobre como aplicamos esses rótulos e o cuidado necessário com nossas palavras. De fato, as palavras, de um jeito ou de outro, acabam cumprindo seu papel, moldando e impactando a vida das pessoas ao nosso redor.

Para você, as palavras têm sido janelas ou paredes? Em sua relação com seus filhos, você as utiliza para incentivar e promover o crescimento ou para desanimar e limitar? Em outras palavras, suas palavras servem para fortalecer a confiança dos seus  filhos, ou para criar dúvidas e inseguranças?

O poder das palavras é imenso e pode ter um impacto significativo no equilíbrio emocional. Elas têm o potencial de construir e edificar, mas também podem destruir e marcar negativamente. Assim, podem se transformar em janelas que se abrem ao conhecimento, à troca e à conquista, ou em barreiras que impedem o progresso e a autoconfiança.

Você se lembra das palavras que foram dirigidas a você na infância? Essas palavras se tornaram verdadeiras profecias em sua vida?

Infelizmente, muitas pessoas ainda acreditam que palavras são apenas palavras. No entanto, o que realmente define o impacto das palavras é a frequência, intensidade e intenção com que são proferidas. Por exemplo, palavras repetidas com frequência podem fazer com que uma criança internalize essas mensagens como verdades sobre si mesma.

Como  você costuma se comunicar com seu filho? Você utiliza uma linguagem clara e adequada à idade dele? Seu modo de comunicar é respeitoso e considera os sentimentos do seu filho, promovendo o equilíbrio emocional?

Rótulos e a importância da comunicação positiva no lar

Desenvolver uma comunicação positiva no lar requer paciência, humildade e empatia da parte do adulto. Primeiramente, é fundamental compreender que uma comunicação eficaz não pode existir sem a prática de ouvir atentamente. Para isso, é necessário estar presente de corpo e alma, prestando total atenção ao que o outro diz.

Além disso, é essencial aprender a acolher e valorizar os sentimentos dos outros. A comunicação é uma via de mão dupla, e um diálogo enriquecedor precisa ser praticado diariamente, nos diversos momentos entre pais e filhos. Assim, esse processo se torna um aprendizado contínuo, onde todos aprendem a se valorizar e a valorizar os outros.

Como rótulos podem influenciar nossa comunicação? Seus rótulos afetam a forma como você se comunica com seu filho? Sua maneira de interagir promove uma verdadeira conexão entre vocês? Você se sente capaz de ouvir seu filho sem interrompê-lo quando ele tem algo a dizer? É crucial refletir sobre como os rótulos que usamos podem impactar a comunicação e, consequentemente, o relacionamento com nossos filhos.

Como podemos afirmar que conhecemos alguém se estamos cada vez mais desaprendendo a ouvi-lo de maneira efetiva? Da mesma forma, como podemos estabelecer um laço de intimidade com nossos filhos se não temos paciência para ouvi-los e para estar com eles, conhecendo suas alegrias e tristezas, desejos e conquistas?

Portanto, cultivar uma comunicação respeitosa e atenta é vital para construir um relacionamento saudável e enriquecedor. O esforço em ouvir verdadeiramente e em valorizar os sentimentos do outro é fundamental para fortalecer os laços familiares e promover um ambiente de compreensão e apoio mútuo.

Rótulos são expressões que não deveriam fazer parte do nosso vocabulário

Você se lembra dos rótulos negativos que recebeu na infância? Ainda carrega essas marcas? Sentiu, na pele, a enxurrada de palavras negativas que lhe foram ditas? Então, é essencial que você não cometa o mesmo erro que lhe foi feito. Em vez disso, procure estabelecer uma comunicação rica e respeitosa com todas as pessoas, independentemente da idade.

As crianças precisam de alguém que acredite genuinamente em seu potencial. Elas necessitam de referências positivas que as ajudem, especialmente nos momentos difíceis. Portanto, é fundamental que as crianças recebam palavras de carinho e incentivo. Estas palavras devem ser verdadeiras e acompanhadas por atitudes que demonstrem o quanto elas são únicas e merecem respeito e cuidado.

Se você percebe que costuma rotular seu filho, agora é um momento crucial para refletir sobre essa atitude. Pergunte-se: O que ganho ao rotular meu filho? Já obtive algum progresso em seu comportamento agindo dessa forma? É importante avaliar se os rótulos estão ajudando ou prejudicando o desenvolvimento do seu filho e considerar alternativas mais construtivas para a comunicação.

O que significa rotular uma criança?

Rotular uma criança envolve atribuir a ela uma característica específica que não corresponde necessariamente à sua verdadeira natureza. É importante lembrar que a criança está em um constante processo de desenvolvimento. Muitas vezes, ela pode exibir comportamentos que desapontam os adultos, como birras ou agressividade. No entanto, isso não significa que a criança seja definidamente assim, apenas porque apresenta tais comportamentos.

Primeiramente, é crucial compreender o que a criança está passando. Como ela ainda não possui a habilidade de expressar seus sentimentos de forma verbalizada, pode manifestar suas emoções através de seu comportamento. Portanto, cabe ao adulto estar atento e conhecer bem a criança, para entender o que realmente está acontecendo com ela.

Por exemplo, quando uma criança demonstra um comportamento agressivo, é essencial que os pais investiguem as causas subjacentes desse comportamento. Apenas brigar com a criança ou desconsiderar seus sentimentos não contribuirá para a resolução do problema. Da mesma forma, chamar uma criança de “chorona” sempre que ela chora não solucionará a situação; ao contrário, pode intensificar ainda mais o comportamento.

Dessa forma, é fundamental que os adultos adotem uma abordagem compreensiva e empática, buscando entender as reais necessidades e emoções da criança, em vez de rotulá-la com base em comportamentos momentâneos.

Desenvolva uma comunicação respeitosa com as crianças

O respeito no ambiente familiar pode começar com uma comunicação eficaz, mas é crucial lembrar que apenas aprenderemos a nos comunicar verdadeiramente quando estamos dispostos a ouvir com atenção. Portanto, é importante que os pais não apenas ouçam suas crianças, mas também acolham seus sentimentos de forma genuína.

Além disso, a comunicação pode ser tanto verbal quanto não verbal. Por exemplo, não adianta os pais expressarem elogios para seus filhos se, ao mesmo tempo, seu semblante demonstra desinteresse ou desdém. As palavras, portanto, precisam ser acompanhadas de ações coerentes. Afinal de contas, as crianças frequentemente percebem mais a nossa expressão corporal do que as palavras que usamos.

Muitas vezes, os adultos acreditam que gritar e rotular uma criança com apelidos negativos fará com que ela se sinta envergonhada e, com o tempo, mude seu comportamento. No entanto, essa abordagem é um grande engano.

Quando a criança demonstra um comportamento inadequado, é fundamental que o adulto não apenas desaprove o comportamento, mas também explique o motivo da desaprovação e mostre a forma correta de agir. Não basta simplesmente criticar; é essencial ensinar a criança a maneira adequada de se comportar ou de realizar determinada tarefa.

Dessa forma, os pais devem sempre lembrar que são os principais modelos para seus filhos. Através de suas próprias ações e comportamentos, eles influenciam diretamente o desenvolvimento das crianças. Portanto, adotar uma abordagem respeitosa e orientadora é fundamental para o crescimento saudável e para a construção de uma comunicação efetiva no lar.

Portanto, expressões como “Esse menino é muito levado” ou “Que garoto burro” devem ser excluídas do nosso vocabulário, pois podem prejudicar o desenvolvimento da criança. O problema dos rótulos é que a criança tende a internalizar essas características, comportando-se conforme a percepção dos adultos.

Maneiras de desenvolver uma comunicação respeitosa com as crianças

Assim, em vez de afirmar “Beto é um menino preguiçoso”, é mais apropriado dizer: “Hoje, Beto está um pouco indisposto.” Quando for elogiar, foque no comportamento, não na criança.

Por exemplo, em vez de dizer “Clara, você é muito inteligente, sempre tira nota alta”, prefira dizer: “Muito bem, Clara! Suas notas refletem seu esforço.” Isso ajuda a criança a compreender que o sucesso vem da dedicação e a lidar melhor com frustrações quando os resultados não são os esperados.

Pais e cuidadores que mantêm uma comunicação clara e respeitosa, evitando rótulos, contribuem significativamente para o desenvolvimento emocional das crianças, promovendo sua autoestima e autoconfiança.

Referências Bibliográficas:

Weber, Lidia.(2012). Doze princípios para uma educação positiva-Princípio 5- Comunicação Positiva. Pag.74.

 

 

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