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Tempo: como ajudar seu filho a lidar com a ansiedade

Por Adriana Fernandes   |   Publicado: 16/03/2018 às: 18:58   |   Atualizado: 15-08-24 às: 10:09

criança com mão no queixo, olhos fechados e com um relógio simbolizando o tempo.

Qual pai ou mãe nunca ouviu perguntas como: “Mãe, falta muito para o meu aniversário?” ou “Que dia iremos à casa do vovô?” Essas perguntas comuns revelam um aspecto fundamental do desenvolvimento infantil: a percepção do tempo. De fato, enquanto os adultos possuem uma compreensão mais concreta e estruturada dos dias, para as crianças, especialmente as mais novas, a noção de tempo é muito diferente. Esse descompasso, portanto, pode gerar ansiedade e imediatismo, particularmente quando os adultos prometem algo que parece distante ou incerto para a criança.
Neste artigo, exploraremos como a percepção do tempo na infância pode impactar o equilíbrio emocional das crianças, além de oferecer  orientações práticas para ajudar os pais a gerenciar essa diferença de percepção.

A percepção infantil do tempo

As crianças pequenas frequentemente têm dificuldade em entender a passagem do tempo. Enquanto para nós, adultos, o tempo é medido em dias, semanas e meses, para uma criança, a noção de tempo pode ser mais abstrata. Consequentemente, quando um adulto promete algo para a próxima semana, a criança pode sentir que essa promessa é para um futuro distante e incerto. Além disso, ela pode ficar ansiosa e perguntar repetidamente quanto tempo falta, pois não consegue compreender que um “próximo sábado” está a várias semanas de distância.

O tempo da criança versus o tempo do adulto

Por outro lado, na infância, a sensação do tempo é diferente. De fato, lembranças de quando éramos crianças nos mostram que o tempo parecia passar lentamente. Uma simples promessa, como uma visita à casa dos avós, parecia demorar uma eternidade para se concretizar. Portanto, essa percepção contrastante com a de um adulto, que frequentemente sente que os dias são mais curtos e está sobrecarregado com tarefas diárias, pode levar a frustrações mútuas.

Como gerenciar a ansiedade infantil

Para evitar que a diferença de percepção entre pais e filhos cause estresse e incompreensão, é fundamental adotar algumas estratégias práticas. Entre elas estão:

1. Evite expressões abstratas:

Frases como “daqui a pouco” podem ser vagas para a criança. Em vez disso, forneça referências concretas, como: “Assim que você terminar de tomar seu café da manhã, você pode brincar no quintal.”

2. Crie um calendário visual:

Confeccione um calendário simples e envolva a criança no registro das datas importantes. Isso pode ajudar a criança a visualizar e compreender a passagem do tempo de maneira mais tangível.

3. Planeje com antecedência:

Se você tem compromissos e precisa sair com as crianças, prepare-as com antecedência para evitar pressa e estresse. Isso inclui vestir as crianças e organizar o que é necessário com antecedência.

4. Adapte suas expectativas:

Compreenda que a criança não tem a mesma noção de tempo que um adulto. Tenha paciência e ajuste suas expectativas para criar um ambiente mais calmo e compreensivo.

Quando as crianças começam a compreender melhor o tempo?

A compreensão mais clara da passagem dos dias geralmente começa a se desenvolver após os cinco anos, quando as crianças começam a distinguir entre ontem, hoje e amanhã. No entanto, elas ainda podem viver em um mundo de faz de conta, onde a continuidade dos eventos não é tão concreta. Mesmo nessa fase, é útil continuar oferecendo explicações e suporte para ajudar as crianças a desenvolverem uma noção mais sólida da passagem dos dias.

Entender como a criança lida com a passagem dos dias e como essa percepção difere da de um adulto é crucial para reduzir a ansiedade e melhorar a comunicação.

Ao adotar estratégias práticas e manter uma abordagem paciente, pais e cuidadores podem ajudar as crianças a se sentirem mais seguras e menos ansiosas sobre o tempo.

Veja também:

Como os rótulos podem prejudicar o desenvolvimento das crianças.

 

 

 

 

 

 

 

 

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