» Pais e filhos » Mãe, mês que vem é amanhã? A criança e sua relação com o tempo.
Por Adriana Fernandes | Publicado: 16/03/2018 às: 18:58 | Atualizado: 23-01-19 às: 13:40
Qual pai ou mãe já se deparou com as seguintes perguntas: Mãe, falta muito para o meu aniversário? Que dia iremos à casa do vovô? Mês que vem é amanhã?
A criança não tem a percepção de tempo como nós, adultos. Por isso, é natural que ela não saiba se “posicionar” em relação ao tempo, o que a leva muitas vezes, a ficar bastante ansiosa, principalmente quando o adulto lhe promete algo para a próxima semana, por exemplo.
A criança, no seu modo de pensar, precisa receber o que foi prometido na mesma hora. Ela não tem noção de que existe um determinado tempo para as coisas acontecerem, levando os pais, em determinadas situações, a ficarem sem saber como lidar com essa ansiedade ou imediatismo.
Quando éramos crianças tínhamos a sensação de que o tempo durava uma eternidade…Se nossos pais prometiam nos levar à casa dos nossos avós na semana que vêm, por exemplo, a sensação que tínhamos é que esse dia demorava muito a chegar e sempre estávamos perguntando quanto tempo faltava para chegar esse dia tão esperado.
Hoje, como adultos, nossa percepção é outra. Acostumados a medir o tempo pelo calendário com mês dia e ano, a sensação que temos é que os dias são mais curtos comparados com antigamente.
Sempre estamos atrapalhados tentando dar conta de muita coisa em vinte quatro horas, com aquela sensação de “fechar” o dia no vermelho. Como o coelho em Alice no País das Maravilhas estamos sempre com muita pressa e isso tem gerado stress e outros malefícios que a vida moderna nos tem proporcionado.
É importante que os adultos tenham um olhar diferente em relação á criança e compreendam que por serem bem pequenas elas têm uma percepção completamente diferente da nossa em relação ao tempo. Procurar administrar o stress, ter paciência com os pequenos é fundamental para não desenvolver um clima de incompreensão e stress no ambiente familiar.
Muitas vezes os pais apressam as crianças para terminar determinada tarefa quando estão atrasados. É preciso entender que como a criança não tem noção de tempo, não adianta gritar com ela, dizer para terminar rápido o que está fazendo.Isso deixa-la mais confusa ainda.
Se os pais tem algo programado para o dia é importante que procurem programar as tarefas para que não fique sobrecarregado para a criança nem para vocês.
Por exemplo, se o adulto tem um compromisso á tarde e precisará levar as crianças, arrume-as com antecedência para que você possa prepara-las com calma sem correr o risco de se atrasar para o seu compromisso e sem forçar a criança deixando-a ainda mais confusa e ansiosa.
Quando as crianças passam a ter uma melhor compreensão do tempo?
Os pequenos passam a ter uma melhor compreensão do tempo e a diferenciar ontem e amanhã depois dos cinco anos, quando começam a ter noções mais claras de tempo e espaço.
Essas noções exigem da criança um pensamento concreto, racional, algo que nessa fase ela ainda não tem, devido a viver em um mundo de faz de conta. Porém, mesmo assim, ainda tem necessidade e quer conhecer a passagem do tempo e está sempre pedindo explicações. Então não funciona muito os pais dizerem que o passeio ao zoológico é só no domingo ou que o aniversário do coleguinha é no próximo sábado.
Uma boa maneira de trabalhar de forma prática a questão do tempo com as crianças é evitar utilizar expressões que para elas não tem significado algum e que pode gerar nervosismo e mais ansiedade ainda.
Ao invés de dizer “você vai brincar daqui a pouco”, diga: assim que você terminar de tomar o seu café da manhã, você pode ir para o quintal brincar.
Uma alternativa bem interessante para os pais também utilizarem seria confeccionar um calendário e ir registrando, com a criança, as datas, para que ela possa sentir de maneira mais concreta a questão do tempo. Dicas como essas podem ser bem interessantes, pois, a criança irá aos poucos compreendendo que existe um determinado tempo para as coisas acontecerem, sentindo-se, portanto, menos ansiosa.
Referências Bibliográficas:
https://bebe.abril.com.br/familia/ansiedade-infantil-por-que-precisamos-ensinar-as-criancas-a-esperar/
Sou psicóloga clínica, CRP: (04/39812.) Atendo mulheres, ajudando-as a recuperar sua autoconfiança, superar desafios emocionais e construir uma vida mais leve e significativa. Utilizo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Uma abordagem que visa ajudar pessoas a lidar com pensamentos e sentimentos difíceis, esclarecer valores, orientar ações, além de ensinar técnicas práticas para ajudar a lidar com desafios emocionais. Se você busca apoio psicológico ou deseja conhecer melhor meu trabalho, este espaço oferece informações úteis. Caso precise de acompanhamento psicológico, entre em contato. Será um prazer acompanhar você em sua jornada de crescimento e autodescoberta. Obrigada por acompanhar este blog. Vamos juntas, em direção a uma vida mais rica e significativa.
Copyright © 2017-2024 -