» Pais e filhos » Empatia: Por que ela é tão importante?
Por Adriana Fernandes | Publicado: 13/12/2019 às: 18:37 | Atualizado: 03-10-20 às: 14:53
“Empatia. A melhor maneira de ensiná-la as crianças é sendo empático com elas.”
Você já teve a experiência de passar por uma situação delicada ou constrangedora e mesmo assim receber um olhar compreensivo de uma pessoa que você nem ao menos conhecia, ou tinha tanta intimidade? Já recebeu um abraço acolhedor de um amigo quando você se sentiu julgado e incompreendido pelas demais pessoas?
Como é reconfortante saber que alguém se importa, respeita seus sentimentos e pode se conectar com sua dor, não é mesmo? Por outro lado, como é bom também se importar, se preocupar, acolher.
A empatia nos torna mais humanos, nos tira de nossa individualidade egoísta para um compartilhar e um acolher carinhoso de sentimentos, ideias, emoções.
A empatia é um sentimento que precisamos aprender a desenvolver em nossas vidas. Nos lares, nas escolas, nos hospitais,
nos pontos de ônibus, nos relacionamento pais e filhos, marido e mulher, professor e aluno, ou seja, em todos os lugares e situações e relacionamentos a empatia precisa estar presente.
Sim! A empatia precisa ter sua semente plantada e regada em nossos corações. A empatia precisa crescer e florescer,
a começar por nós adultos.
As nossas crianças precisam olhar para nós e ver empatia em cada uma de nossas atitudes. Difícil não? Se olharmos
no sentido de que precisamos ser perfeitos para demonstrarmos empatia sim, podemos considerar algo difícil, porém, a empatia não precisa de pessoas perfeitas para“florescer”.
Todo o pai e toda mãe deseja que seu filho ou filha seja bem-sucedido em todas as áreas da vida não é mesmo? Queremos crianças mais empáticas, amáveis e que tenham habilidades sociais e emocionais bem desenvolvidas.
Para que isso aconteça, os pais precisam ser um espelho, um referencial para que a criança possa ter suas habilidades bem desenvolvidas.
Você quer que seu filho demonstre empatia para com as pessoas? Deseja que ele seja uma criança amável e que se preocupe com os outros? Então, nunca se esqueça, essa “história” de empatia começa justamente em você.
A empatia precisa começar no lar, no relacionamento entre pais e filhos. É lá que ela precisa germinar e começar a dar os primeiros frutos.
Estabelecer um vínculo na família é fundamental para que a criança passe a olhar os pais como aliados. Sim! Seu filho precisa ver você como um aliado.
Quando afirmo isso, não estou dizendo que você deva fazer tudo o que seu filho desejar, pelo contrário, nem sempre podemos dar as crianças o que elas desejam.
Quando temos a sensibilidade de perceber a criança no todo, e damos a ela o direito de ser simplesmente criança,
procurando entender suas dores e angústias expressas muitas vezes na sua maneira de se comportar.
Quando temos o cuidado de acolher essa criança, de trazê-la para perto, acompanhar seus passos e lhe dar o suporte
devido para que ela possa se desenvolver física, social e emocional, a criança se sente segura, amada e respeitada.
Essa segurança que é sinônimo de cuidado, amor, carinho, respeito e limites, fornecem a criança o amparo que ela tanto necessita para o seu bom desenvolvimento.
Então assim, á medida que forem crescendo, estaremos proporcionando a elas a liberdade de confiar que podem se abrir conosco, contar seus segredos, suas necessidades se assim o desejar e a nós adultos, a tranquilidade em saber que quando precisarem, estaremos aqui para auxiliá-las no que for preciso.
É nesse sentido que falo sobre os pais se tornarem aliados dos seus filhos. A empatia faz isso. Ela forma parceria
entre pais e filhos sem que a criança perca o respeito por seus pais e sem que os pais percam a autoridade ao educar.
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. É se identificar de alguma maneira com a dor do outro.
É procurar ajudar de alguma forma. É dizer: estou aqui. Vamos passar por isso juntos?
Empatia é olhar a criança com um olhar atento, cheio de cuidado e carinho.
Empatia é perceber o que a criança está comunicando naquele momento e entender que muitas vezes esse comunicar
pode vir em forma de sua linguagem corporal.
Empatia é se identificar com a dor da criança.
Empatia é se doar. Se importar.
Empatia é cuidar. Um cuidar com carinho, afeto e amor.
Em seu livro Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos, John Gottman fala da importância dos pais se tornarem emocionalmente conscientes, mas, o que vem a ser isso?
Tornar-se emocionalmente consciente significa conseguir reconhecer e identificar as próprias emoções e as dos outros.
Quanto mais os pais estiverem conscientes dos seus próprios sentimentos e emoções e aprender a lidar com o seu emocional, maior facilidade terá em orientar os pequenos nas suas questões emocionais.
Ao perceber as emoções e sentimentos do filho, os pais abrem caminho para se chegar ao coração da criança.
Ao demonstrar empatia para com os filhos, os pais abrem espaço para o diálogo fortalecendo ainda mais o relacionamento com as crianças.
Abaixo, listamos três maneiras para vocês pais, ajudarem seus filhos a desenvolver sentimentos de empatia.
Sim! Por mais difícil que seja lidar com os sentimentos da criança quando ela faz birra ou demonstra sentimentos de raiva, é uma ótima oportunidade para os pais se aproximarem e demonstrar empatia.
Quando uma criança está triste ou até mesmo com raiva por um brinquedo que se quebrou, ou pela perda de um
animalzinho de estimação são oportunidades que o adulto deve aproveitar para ensinar a criança a a expressar seus sentimentos.
Acolher os sentimentos da criança nesse momento é fundamental para que a mesma se sinta amada e respeitada.
Às vezes, o adulto olha e vê só mais um brinquedo que se quebrou ou um “simples” mal-entendido com algum coleguinha, mas para a criança é muito importante.
Às vezes, nós adultos precisamos aprender a olhar o mundo com os olhos da criança. Quantas vezes ficamos irritados
porque a criança chorou porque a bola sumiu, o ursinho de pelúcia estragou.
Para você pode parecer uma coisa boba, mas para ela não. Podemos dizer que equivale ao sentimento que você tem quando alguém estraga algo que você gosta muito.
Ouvir e acolher com empatia é você ser honesto e dizer para a criança que você compreende o por quê dela estar triste ou chateada. É você se importar, e as crianças sabem quando nos importamos. Quando elas se sentem acolhidas, geralmente se acalmam.
É muito comum os pais perceberem alguma diferença no comportamento dos filhos quando chegam, por exemplo, da escola. Os pais perguntam aos filhos como foi o dia na escola, e as crianças já respondem com um resumido, foi bom ou normal!
O ideal é os pais ao perceberem o comportamento ou linguagem corporal da criança e dizer, por exemplo:
_Percebo que você está um pouco chateado hoje. Geralmente você chega mais disposto da escola.
Quer falar sobre isso? Pelo que percebo. . . Aconteceu algo chato na escola hoje.
Às vezes um levantar de sobrancelha, um balançar de cabeça pode ser um sinal para você se aproximar.
Quando seu filho estiver passando por uma situação que para ele possa ser complicada demonstre empatia,
respeite seus sentimentos e ajude-o a encontrar a solução para o “problema”.
Você, papai e mamãe já parou para pensar na importância de ensinar seus filhos a nomear e verbalizar suas emoções e sentimentos?
As crianças lidam o tempo todo com muitas emoções e assim como o adulto, também sente raiva, vergonha, alegria, euforia, insegurança, medo entre outros sentimentos.
Conversar com as crianças e abrir espaço para que elas expressem seus sentimentos é fundamental para que as mesmas se sintam mais tranquilas e confie mais em seus cuidadores, além de desenvolver várias outras habilidades, como saber expressar com mais clareza, ter uma melhor compreensão dos seus sentimentos e dos sentimentos dos outros, melhor equilíbrio emocional, entre outras.
Isso a ajudará a expressar com mais clareza e enriquecerá suas habilidades sociais e emocionais, além de aprender a demonstrar empatia para com o próximo.
Aprender a falar dos próprios sentimentos ajuda a criança a se expressar com mais naturalidade e ter mais chances de se fazer compreendida.
Portanto, os pais devem encorajar seus filhos a falar sobre seus sentimentos e criar oportunidades para que os pequenos possam fazê-lo.
Uma lista de palavras pode ser de grande utilidade para ampliar as possibilidades de expressão da criança e ajudá-la a dizer exatamente o sente. Se seu filho estiver com raiva, por exemplo, ele também pode estar frustrado, furioso ou enciumado.
As emoções muitas vezes se misturam e a criança pequena pode se sentir feliz, por exemplo, por estar participando de um passeio no zoológico e, ao mesmo tempo, sentir insegurança por ter que afastar dos pais.
Os pais podem nesse momento ajudar a criança a compreender melhor suas emoções explicando-lhe que é natural ter sentimentos divergentes, ou seja, estar feliz em uma determinada situação, mas, ao mesmo tempo, se sentir inseguro.
Se você tem interesse em saber mais sobre o assunto, conheça o livro Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos.
http://acesse.vc/v2/3550d5e8903
Referências bibliográficas:
COTTMAN, J. Ph.D ; DECLAIRE, JOAN. Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da inteligência emocional para uma compreensão da relação pais e filhos- Capítulo 3- os Cinco passos fundamentais da preparação emocional. 1ª ed-Rio de Janeiro: Objetiva,2001.
Sou psicóloga clínica, CRP: (04/39812.) Atendo mulheres, ajudando-as a recuperar sua autoconfiança, superar desafios emocionais e construir uma vida mais leve e significativa. Utilizo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Uma abordagem que visa ajudar pessoas a lidar com pensamentos e sentimentos difíceis, esclarecer valores, orientar ações, além de ensinar técnicas práticas para ajudar a lidar com desafios emocionais. Se você busca apoio psicológico ou deseja conhecer melhor meu trabalho, este espaço oferece informações úteis. Caso precise de acompanhamento psicológico, entre em contato. Será um prazer acompanhar você em sua jornada de crescimento e autodescoberta. Obrigada por acompanhar este blog. Vamos juntas, em direção a uma vida mais rica e significativa.
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